domingo, 23 de outubro de 2011

" arte que te abriga arte que te habita
  arte que te falta arte que te imita
  arte que te modela arte que te medita
  arte que te mora arte que te mura
  arte que te todo arte que te parte
  arte que te torto ARTE QUE TE TURA"

Paulo Leminski

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O tempo, a animação e a poesia...


         Esse negócio de stop motion, para mim, foi mais para fast motion. Minha cabeça durante essa semana ficou muito mais rapidinha, igualzinha as imagens que dançam no vídeo... O mais engraçado de pensar é que elas eram fotografias. E a fotografia que tem sua magia única, registro uno, tempo, olhar e poesia de quem fotografa, vira vídeo. Vídeo que passa a dez piscadas e para fazê-lo, incontáveis fotografias.
         E o trabalho. Cada clique da máquina tem que ser preciso a cada movimento. E o movimento. Vagaroso e pontual. Necessita de olhar apurado e arquivo mental repertoriado. É preciso conhecer a “linguagem do movimento” de tudo que existe no mundo... Animar vai do amor ao ódio... 
         Nossa  !!!! E mais nossa, porque olha a linguagem e olha o movimento aparecendo de novo por aqui. A linguagem da fala e da comunicação (?) e os movimentos da dança, do teatro, da música...
         Nunca tinha parada para refletir sobre movimentos, fazemos com tanta despretensão que nem observamos ou nos damos conta do quanto são importantes. No viver tudo é movimento, tudo é movimentar-se, mover-se. Mova-se.
           Toda essa rapidez do vídeo, movimento, poesia da fotografia me fez pensar também sobre como as coisas passam rápido em nossas vidas. E nos dias de hoje as horas parecem que passam em animação de stop motion. Movimentos parados, fotografados, que ao fim do dia nos parecem rápidos, que às vezes nem nos lembramos de como foi nossa manhã, nossa tarde ou a última hora. E é bom saber que toda essa agitação ou animação de movimentos, nem sempre precisos, depende de quem anima, no caso da vida depende de quem administra. Tudo depende de quem faz!
          Eu prefiro fazer da minha vida uma animação, com muitos cliques, muitos movimentos, precisos e nem tão precisos assim, com possibilidades de control+C, control+Z, control+V, e todos os “control” que tiver direito e muita fotografia para guardar no papel e na alma e quando tiver vontade e saudade animar foto a foto, porque eu adorei essa idéia de pensar que sei fazer animação!
Márcia Mendes Silva




O amor é filme ...

Enfim ....
Brincar...

 Minha vida começou longe do estado de São Paulo. Nasci na cidade de Aracajú, no estado de Sergipe, porém morei na cidade de Estância (no interior do estado), onde vivi até os meus 11 anos de idade, quando vim para São Paulo.
 Aqui, as pessoas tinham um modo diferente de falar e ser, com outros costumes, bem diferentes dos de minha terra natal. Tudo por aqui era muito estranho para mim, principalmente o clima e suas oscilações de temperatura. Cada dia me surpreendia com sol, chuva, garoa e chuva de granizo. (Para nós sergipanos, a garoa que faz aqui em São Paulo é a chuva que faz em Sergipe) Contudo, irei comentar sobre a minha paixão pela arte, que começou aqui em São Paulo nas aulas de Educação Artística, no ensino médio. Sempre gostei de pintar, de música e de teatro.
Por gostar tanto destas Artes, hoje trabalho na área da educação. Na Educação Infantil utilizamos a arte o dia todo, tanto no desenho, no brincar, no cantar músicas, ou no contar histórias.
O meu trabalho faz me recordar da minha infância, onde brincava muito na fazenda de faz de conta de casinha, de professora, de cantora, brincava com areia, de esconde-esconde, queimada, de pipa, de bolinha de gude, pega-pega, de subir em arvores, bambolê, três Maria...
Normalmente eu brincava com os meus irmãos e com os amigos deles, sempre gostei de brincar com os meninos, provavelmente por que eu só tenho irmãos e nem uma irmã. Brincávamos na fazenda ou na rua era muito divertido, minha família nunca teve boas condições financeiras e por este motivo não tinha muitos brinquedos, mas isso nunca foi impedimento para mim, pois um graveto virava qualquer coisa que eu quisesse, uma espiga de milho virava uma linda boneca, e o barro se tornava casa desta boneca.
Hoje em dia se da muito valor aos brinquedos caros, aos computadores é muito difícil ver crianças brincando nas ruas, nas praças, pois as crianças vivem trancadas dentro de casa, por causa da violência que nos rodeia, do transito e medo dos filhos serem roubados. É muito triste, pois as crianças não sabem brincar de cirandas, de cantigas de roda e de jogos. Eu me vi também nesta situação quando vim para São Paulo, a minha Mãe morria de vivíamos dentro de casa brincando com brinquedos e com o tempo fui perdendo o contato com as brincadeiras que adorava brincar.
Hoje estou me recordando de muitas brincadeiras, pois utilizo elas no meu trabalho, no meu cotidiano com as crianças, o melhor disso tudo e que eu não fico só ensinando, brinco e me divirto junto com os pequeninos.

Maria Simone Rodrigues Passos
14/10/11



Uma história onde a Arte é a linguagem da transformação

No vídeo “Lixo Extraordinário”, mostra que o artista plástico, Vick Muniz, desenvolveu vários trabalhos, onde incorpora objetos do cotidiano, criando imagens extraordinárias, destacando-se no mercado das artes plásticas.
Sua vida é uma prova de que a criatividade pode e deve ser desenvolvida. Quando observei seu trabalho, verifiquei uma imagem desenhada com “texturas diversas e intrigantes”. Quando me aproximei do seu trabalho, verifiquei que essas “texturas” são constituídas por uma infinidade de pequenos objetos.
O artista continua sua narrativa, discorrendo que quando nos deparamos com um trabalho desenhado com grafite, por exemplo, ao observarmos essa tela, de longe, temos a visão do todo, sem noção dos detalhes, porém quando nos aproximamos mais, podemos perceber com facilidade as partículas do grafite. Ele concluiu que poderia utilizar qualquer material para a criação de imagens, e o que diferenciaria a visão do todo seria a distância do ponto de vista. Pensou que então poderia trabalhar com os materiais mais inusitados como chocolate, açúcar, brilhantes, objetos descartados, encontrados no lixo, etc.
Tudo começou com a escolha do local onde ele buscaria a matéria-prima necessária (o Lixo). Vick procurava um lugar no planeta onde houvesse o maior aterro de lixo, no planeta.  Depois de algumas pesquisas encontrou o lugar ideal, no maior aterro sanitário do mundo, localizado no Rio de Janeiro, o Aterro do Gramacho.
 Ele percebeu que todas as imagens aéreas do local, quando eram observadas de perto pelo zoom da câmera, apresentavam as características da matéria prima que ele poderia se utilizar para a construção do seu projeto. Do seu ponto de vista, não conseguia perceber as expressões dos indivíduos e todas, ele comenta, “pareciam formiguinhas”.
Nossa sociedade está em desenvolvimento tecnológico constante, porém numa sociedade neoliberalista como a nossa, existem aqueles que são excluídos por esse sistema, vivendo à margem da sociedade, e acabam trabalhando em lugares como o local em que Vick Muniz foi conhecer para  realizar o seu trabalho. (No vídeo ele diz estupefacto, para o seu assistente que “aquilo é o fim da linha, na vida de um ser humano”
 Sobre essa questão, diz Ostrower:
“(...) O homem contemporâneo, colocado diante das múltiplas funções que deve exercer, pressionado por múltiplas exigências, bombardeado por um fluxo ininterrupto de informações contraditórias, em aceleração crescente que quase ultrapassa o ritmo orgânico de sua vida, em vez de se integrar como ser individual e ser social, sofre um processo de desintegração.” (Ostrower,1976, Pg. 06)

Sua surpresa foi imensa quando percebeu que a avaliação que fez das imagens, não se aplicava às pessoas que trabalhavam no aterro. Nas suas primeiras visitas de carro, sua constatação foi surpreendente. As pessoas ali conviviam na maior expressão de miséria que Vick já havia presenciado. Sua visão, de longe, era de desolação. Sobrevoando a região, percebia as imagens de miséria e dor, uma condição sub-humana.
 Apesar do sofrimento observado, no momento em que decidiu se aproximar dessas pessoas, conversando com elas e observando de perto o seu dia-a-dia, teve uma grande surpresa, que foi encontrar lá, pessoas extremamente alegres, bem-humoradas e com muita vontade de viver, num ambiente onde ele imaginava inicialmente que só encontraria tristeza, depressão e revolta.
Vick observa que as pessoas deste lugar, vivem em um mundo que a grande maioria da sociedade desconhece; um lugar onde as pessoas dependem do lixo descartado de outras pessoas para sobreviver. Porém elas enxergam neste material, não apenas lixo, mas um material que pode ser reciclado, gerando o dinheiro tão necessário para si.
Ele encontrou pessoas extraordináriamente criativas. Pessoas que criam um ambiente de trabalho muito positivo enquanto os caminhões da coleta descarregam os restos das casas dos ricos e dos pobres. O cenário que observamos é de um grande número de pessoas tentando recolher materiais, caminhões descarregando contínuamente o lixo, pássaros disputando algo de que possam se alimentar, e a despeito que toda essa movimentação, nos incline a pensar em um caos, numa observação mais acurada identificamos uma ordem subjacente à toda essa balbúrdia que reina no local.
O documentário apresenta, por exemplo, um dos personagens do filme, o Sr. Valter dos Santos que trabalha no local há 26 anos e é vice-presidente da associação dos catadores, falando: “Ser pobre não é o problema. “Ser pobre não ruim, ruim é ser um rico no mais alto degrau da fama com a moral coberta de lama”. Este homem afirma que tem orgulho de trabalhar com o que trabalha e de ser o líder de muitos trabalhadores ligados à associação dos catadores de material reciclável de Gramacho.
Segundo Vik Muniz o momento mágico da arte é a transformação que ela pode gerar, e ele foi capaz de apresentar esta transformação para o mundo. Ao conhecer a região, encontrou mais do que buscava. Além da matéria-prima no aterro, ele encontrou auxiliares para o seu projeto e futuros amigos. Reuniu alguns catadores, tirou algumas fotografias deles e os convidou para trabalhar no projeto. Após esta etapa, alugou um galpão muito grande, projetou as imagens das fotografias no chão e começou a reconstruí-las. Isso foi feito com materiais escolhidos no aterro.
Os personagens principais desta história são Sebastião, o “Tião”, presidente da Associação, o Sr. Valter, vice-presidente, Ísis Rodrigues, Magna, “Irmã”e Suelem, que se tornaram auxiliares de Vick, na construção dos trabalhos.
Seus auxiliares não conseguiam perceber o que estava sendo construído, pois as imagens não faziam sentido. Era como ver um desenho em grafite de muito perto, sem perceber a visão do todo. Porém assim que as imagens eram construídas, seus protagonistas não acreditavam no que viam. Era o seu retrato, perfeitamente desenhado, mas só poderia ser identificado a muitos metros de altura. Estas imagens foram fotografadas e se transformaram em uma nova e respeitadíssima expressão artística, com exposições em todo o mundo.
O primeiro retrato a ser comercializado foi à imagem do presidente da associação, o “Tião”, intitulada “Marat, Sebastião, retratos do lixo” e é arrematada em leilão, pelo equivalente em libras, a cem mil reais. “Tião” foi levado para Londres, a cidade onde aconteceu p leilão e ficou muito emocionado, dizendo, com lágrimas nos olhos, “Tudo valeu a pena, toda essa luta valeu!” 
A turnê mundial da exposição se inicia com uma exposição em 2007, no Museu de Arte do Rio de Janeiro, em Niterói, onde, na vernissage, observaremos além de Vick e sua esposa e seu assistente, todos os personagens por ele escolhidos para integrar o projeto. A imprensa está lá e os  vemos enriquecendo aquele momento mágico, contando suas histórias, saindo do anonimato.
A quantia arrecada no leilão e com a venda de outros retratos do projeto foi para a Associação, que recebeu diversas melhorias, uma escola para os trabalhadores, equipamentos de informática e veículos para o transporte e materiais e pessoas.
A criatividade de Vick Muniz e seu desejo de ajudar aquelas pessoas ultrapassaram suas expectativas. Todas as pessoas envolvidas no projeto tiveram suas vidas profundamente alteradas. A situação miserável e o descaso do governo pela região se tornaram tão conhecidos que há projetos concretos de não mais se despejar lixo no aterro de Gramacho.
Este vídeo mostra como um artista com consciência pode transformar para melhor, com seu trabalho, boa vontade e criatividade, a vida de um grupo de pessoas, na comunidade. Este filme é um entre tantos outros exemplos, de como a arte pode ser utilizada para construção de uma sociedade melhor, e se isso foi possível, a escola engajada, com professores cientes de sua importância podem também ter a garantia de seu mérito reconhecido.
Maria Simone Rodrigues Passos
07/10/11

Arriscando...

Incertezas...
a vida está repleta delas!!! E acho que foi pra responder algumas inquietações do meu dia a dia, que me aventurei neste curso de especialização. Dar o primeiro passo foi apenas o início da aventura que a cada encontro se mostra mais encantadora e me deixa apreensiva (tenho receio de não corresponder ao que se espera de um aluno, seja na produção dos trabalhos, seja no relacionamento com os colegas ou mesmo nas expressões artísticas)...
Está aí o porquê do título, arrisco, me lançando aos novos desafios que aparecem e tentando acertar (os erros farão parte do processo, mas não pensarei neles por enquanto!!) O mais importante acho que já estou fazendo...


Ana Carolina d'Almeida
14/10
   

terça-feira, 11 de outubro de 2011

comentario

Gosto muito de ler, mas pra escrever sou insegura nunca acho que está legal, mas tudo bem já que é pra  postar.
O curso de especialização nas linguagens da arte despertou em mim uma nova maneira de compreender Arte. Gosto muito de aprender a ler o mundo através das imagens, do teatro, da música, da dança e de outras manifestações artísticas do nosso meio.
Os colegas de turma são de diversas  áreas profissionais e há  uma troca de experiência muito boa, e está diversidade aparece com clareza quando fazemos  leituras de imagem, no gesto de dança, na expressão teatral, muito bacana, fico encantada e é uma delicia estar nesta turma.

                                                                  





Nalzira M.O.Moraes 11/10/11